O relatório da Polícia Federal da Operação Sermão aos Peixes já apontava como o ex-secretário de Saúde, Ricardo Murad, utilizava o instituto IDAC, cujo dono, Antônio Aragão, tem estreita relação com o homem apontado como chefe de organização criminosa.
Segundo a PF, ficou evidente que Ricardo Murad “era o grande mentor de uma organização criminosa que tem por finalidade não só desviar verbas públicas, mas estabelecer estrutura de poder e domínio público”. No mesmo trecho, cita como Murad usava o IDAC para atrapalhar licitações do governo.
A soma de contratos, revela que o Instituto de Desenvolvimento e Apoio à Cidadania faturou mais de R$ 100 milhões ao longo de 6 anos do governo Roseana Sarney Murad.
Governo cancela contrato
Em entrevista ao jornal Bom Dia Maranhão, da TV Difusora, o secretário estadual de Saúde, Carlos Lula, anunciou que está rescindindo hoje [segunda-feira, 05] o contrato com o instituto IDAC, envolvido na Operação Rêmora, deflagrada na última sexta-feira (2). A empresa Maranhense de Serviços Hospitalares – Emserh – assume as seis unidades.
“Desde 2013 o IDAC já era contratado pela secretaria estadual da saúde e permanece até os dias de hoje. Vamos informar à população que o contrato será rescindido no dia hoje. Todas as unidades que eram administradas pelo IDAC passam a ser geridos pela própria secretaria estadual de Saúde através da EMSERH”, afirmou o secretário.
Lula explicou que o IDAC ficou com lotes do composto de projetos que não tiveram vencedores nas licitações e por isso teve os contratos renovados. Segundo ele, não haviam atrasos de salários ou falta de medicamentos. “A gente até agradece à Polícia Federal. É importante frisar que não há nenhum servidor da secretaria de Saúde envolvido nesta operação. É exclusivo com relação ao IDAC e como ele geria os recursos”.