Estamos em pleno meado de Setembro. É o começo do drama anual comum ao período conhecido por “br-ó-bró”, compreendido pelos meses de setembro, outubro, novembro e dezembro. É quando o tempo mais esquenta pelas bandas de cá. A gente até se confunde pensando estar no inferno ou na boca de um dragão. É tanto calor que o simples ato de respirar, de prazeroso, vira tormenta. Um ar quente entra pelas narinas incendiando tudo por dentro. Às vezes dá náuseas e tontura.
Pior que, para completar, é justamente nesta época do ano que mais incide uma tradição terrível para todos os seres vivos da região: as queimadas. Queimam-se de tudo por aqui. Resíduo sólido, mato ou qualquer outro material orgânico ou inorgânico. Vira e mexe tem sempre um “pau de fumaça” no ar. E aí já viu: sofre todo mundo. Pior para crianças e idosos.
Quando estava vereador, eu até que tentei acabar com essa prática nociva à saúde e ao meio ambiente. Apresentei na Câmara Municipal um projeto de lei que proibia a prática de queimadas no âmbito do município de Caxias e dava outras providências. Convoquei o Ministério Público, entidades ligadas à questão ambiental... Promovemos audiência pública para debater o assunto... Mas, ao final, infelizmente, minha proposta foi rejeitada pela maioria dos colegas vereadores da época.
Precisa coragem para enfrentar a questão das queimadas. Não é fácil mexer com práticas que estão enraizadas na cultura de um povo. Quem queima, nem sempre o faz por maldade. Às vezes é falta de informação. Mas é dever do bom homem público zelar pelo o que é certo e lutar pelo bem-estar do povo que o elegeu. Como fez o prefeito de Teresina (PI), Firmino Filho, que acaba de sancionar uma lei, de autoria da vereadora Graça Amorim, que proíbe a prática de queimadas na capital piauiense. Um belo exemplo de gestão pública.