A falta de homogeneidade no grupo que dá sustentação política ao prefeito Fábio Gentil tem produzido episódios, digamos, difíceis de serem digeridos pela maioria dos governistas. Está evidente que muitos têm engolido calados. O descontentamento tem sabor amargo e desce rasgando goela abaixo. Fábio foi vereador por longos 20 anos, conhece bem os riscos que podem advir de uma vereança indócil.
A insatisfação dos vereadores com o Executivo vez por outra se revela no comportamento da maioria que ampara o governo na Câmara Municipal. Como não podem pegar o gestor maior, escolhem para Cristo um subalterno qualquer. A bola da vez é o secretário municipal de Agricultura e Pesca, Ney Jefferson, que, de uns tempos pra cá, dia sim e outro também tem levado pau no lombo. Os vereadores se revezam na tribuna e nos apartes para descer o cacete no secretário. Até Neto do Sindicato, que outrora era “companheiro” de Jefferson no PT, virou algoz implacável.
Aliás, a fala de Neto do Sindicato, durante a sessão da última segunda-feira (18), precisa ser no mínimo apurada pelo prefeito. O vereador disse que fora procurado por agricultores inconformados com o não recebimento do dinheiro referente à compra de produtos por meio do PAA – o Programa de Aquisição de Alimentos. Neto foi apoiado por dois outros colegas dele de parlamento, os vereadores Mário Assunção e Antônio Ximenes.
Denúncia grave que, repito, precisa ser apurada pelo prefeito. Porque, das duas uma: ou Neto do Sindicato – com o apoio de colegas - quer tumultuar o governo do qual faz parte ou o secretário Ney Jefferson está cometendo alguma irregularidade. O presidente da Câmara, vereador Catulé, sugeriu uma CPI para apurar o caso.
Com a palavra o prefeito Fábio Gentil.