Transferido da Penitenciária de Pedrinhas para prisão domiciliar por ordem do desembargador Ricardo Duailibe, do Tribunal de Justiça do Maranhão, Paulo Marinho tratou logo de espalhar que fora vítima de uma “perseguição implacável do governador Flávio Dino e seus amigos”. Argumento mais sofrível e sem noção impossível. Coisa assim somente poderia mesmo sair da cabeça dele – uma mente privilegiada, porém voltada para o mal. Que diachos tem a ver política com prisão por falta de pagamento de pensão alimentícia? Uma afirmação desprovida de bom senso que visa, talvez, engabelar uns incautos que ainda o acompanham.
Na nota expelida, há outras afirmações igualmente absurdas. O cara agradece o apoio da família, de amigos, e, pasme, “dos filhos verdadeiros!” Como assim, cara-pálida, o homem bota filhos no mundo a três por quatro e depois os renega publica e covardemente? Quer dizer, então, que esses filhos, tidos fora do casamento, só por isso, não são verdadeiros? Quanta insensibilidade e ausência de amor ao próximo. Este é mesmo o velho Paulo Marinho... Um homem incapaz de enxergar o outro enquanto ser humano - ainda que seja filho ou filha dele.
Agora em prisão domiciliar, Paulo Marinho está obrigado a usar tornozeleira eletrônica. Terá de ficar trancafiado dentro dos limites da casa dele, de onde somente poderá sair aos domingos para ir à missa. Melhor do que as pedrinhas, sem dúvida. Mas, ainda assim, uma prisão. Qualquer cidadão ficaria moralmente abalado. Porém, Paulo Marinho não é qualquer cidadão. Trata-se de um pobre coitado que teve amplas oportunidades na vida para ser gente, mas acabou se perdendo na própria ganância e apego ao dinheiro.