A pré-candidatura de Manuela D’Ávila à presidência da República - anunciada domingo pelo PCdoB - é uma novidade e tanto num cenário que até então se apresentava modorrento. Das candidaturas postas até aqui, nada havia de novo. Lula, Ciro Gomes, Bolsonaro, Marina Silva... são nomes que, apesar de postos com bastante antecedência para conhecimento e avaliação do eleitorado, não chegam, necessariamente, a empolgar - exceção de Lula, que empolga parte considerável dos eleitores, mas que não é garantia de candidatura, pois o petista encontra-se encalacrado na justiça até o pescoço. Qualquer observador menos apaixonado sabe que dificilmente o ex-presidente será candidato.
Manuela D’Ávila é jovem ainda - 36 anos, apenas. Mas não é nenhuma neófita na seara político-eleitoral. A moça tem traquejo político. Egressa do movimento estudantil, Manuela foi eleita vereadora de Porto Alegre. Depois exerceu dois mandatos consecutivos de deputada federal. Disputou duas vezes a prefeitura de Porto Alegre, mas não foi eleita – terceiro lugar em 2008, e segundo em 2012. Atualmente ela é deputada estadual.
O bom da entrada de Manuela D’Ávila na pré-corrida eleitoral – além de oxigenar um cenário que estava sorumbático - é a introdução de um programa de governo, ainda que em linhas gerais. Ao tempo em que anunciou sua pré-candidata - o PCdoB antecipou algumas propostas, tais como: a defesa e ampliação dos direitos do povo; a reforma do estado, de forma a torná-lo mais democrático e capaz de induzir o desenvolvimento com distribuição de renda e valorização do trabalho. Quando nada, pelo menos agora, a discussão pode ir para além da mera dicotomia entre “ser ou não ser corrupto” que polarizava o debate entre os demais pré-candidatos. Não custa lembrar: o PCdoB integrou a coligação encabeçada pelo PT em apoio aos candidatos petistas Lula da Silva e Dilma Rousseff. Agora é aguardar o desempenho do partido em carreira solo.
